Desde quando comecei os meus estudos teológicos, ouço falar que o nome de Deus é impronunciável. Desde então, sempre tive as seguintes dúvidas: Ele é impronunciável no sentido de não se poder pronunciar por ser Santo e não permitido? Ou por não ter pronúncia para os caracteres hebraicos que formam o tetragrama sagrado?
Bom, tem quem diga que é pelo primeiro motivo, logo se um pobre infeliz o pronuncia, está desobedecendo fatalmente ao Deus. Mas muito mais se diz que o Nome não tem pronúncia, porque os caracteres dos quais o tetragrama é formado são compostos unicamente pelo que chamamos de “consoantes”.
Eu, na minha ignorância e no inconformismo, continuei minha jornada e logo descobri a pilantragem: há uma conspiração judaica muito antiga, que remonta o tempo do último exílio de Israel, pela Babilônia, em meados de 500 a.C., onde os superiores na hierarquia de santidade no culto ao Deus de Israel proibiram a pronúncia do Nome Sagrado pelo próprio povo israelita para que os babilônios não o profanassem. Bom, acontece que esta conspiração se passou pelos séculos até chegar no tempo do Messias, e é aqui onde surgiu um problema para os fariseus e saduceus, na verdade, uma grande pedra de tropeço.
No relato de Lucas acerca da concepção de Maria, o anjo Gabriel é enviado por Deus Pai a Maria e declara qual será o nome do Filho que dará a luz.
“Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus.
E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.”
Lucas 1:30,31
Nas traduções cristãs, temos o nome “Jesus” por convenção, mas no hebraico, isto é, o nome do Messias é hebraico e não grego, ele tinha uma forma, um som e uma escrita diferente.
Se pegarmos o livro de Mateus, que foi escrito originalmente em hebraico, no capítulo 1:1, temos o seguinte texto:
O nome “Jesus” está escrito da seguinte forma: ישוע (Yod Shyn Wav Ayin) o que expressa a palavra “Salvação”, na verdade, o verbo salvar: “Alguém salva”. Mas por curiosidade, foi achado um fragmento de um manuscrito do mar morto revelando uma configuração diferente para o nome do Messias:
Aqui vemos uma escrita cursiva do hebraico-aramaico יהשוע, o que transliterado expressa “YAHSHUA” e não “YESHUA”. Conseguimos perceber claramente a diferença entre “YESHUA” e “YAHSHUA”, um dos nomes hebraicos não tem a letra “he” depois do “yod”. Mas porque removeram a letra “he” do nome do Filho? Porque no nome do Pai, revelado tanto na Torah hebraica, quanto nos manuscritos e fragmentos dos achados do mar morto, consta essa sequência de letras יה, ou seja, o início do tetragrama revela a identidade do Pai: “Eu Sou”.
Na passagem de Êxodo 3, temos o seguinte diálogo:
“Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?”
Êxodo 3:13
Em seguida, Deus expressa o Seu nome, e o objetivo desta expressão: “ser um nome conhecido de geração em geração”:
“E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.”
Êxodo 3:14,15
Na tradução cristã, o nome verdadeiro de Deus é substituído não pela transliteração (em alguns casos sim, como YAHWEH, transliteração também errada), mas pelo significado do nome; ou por títulos como “Senhor (mestre), Deus (divindade)”… tudo isso para esconder o verdadeiro nome.
No texto hebraico de Êxodo 3:14, temos o seguinte:
Perceba que o primeiro termo dado a Moisés foi אהיה אשר אהיה, temos um título de preposição ligado a יה, “O יה”, que significa ‘Eu Sou’, אשר (O que ou Qual), e novamente “O יה”, que significa ‘Eu Sou’. Isso é um significado do Nome abreviado que Deus ainda vai revelar no versículo, ou seja: o יה.
No hebraico, a letra “he” é transliterada com a consoante “H” junto com uma vogal, antes do exílio de Israel: A Y(i) O U, no exílio de Israel, eles aprenderam a letra “E”. Então, por definição gramatical, יה é transliterado por Y AH, assim como vemos em qualquer outro texto hebraico o “he” sendo transliterado para “Ah” ou “Ha”:
Como podemos ver, neste texto de Sofonias 3:1, a palavra MOREAH termina a letra ‘he’, assim como VENIGEALAH, HAYR e HAYONAH.
Com isso, entendemos que o nome abreviado de Deus é YAH (יה). Mas no versículo 15 de Êxodo 3, Deus revela o seu nome completo, sem abreviação:
Y AH U AH é a transliteração correta do tetragrama sagrado יהוה, e não como é comumente conhecido (a versão “sem pronúncia”), e como também nesta transliteração da imagem temos: YHWH ou YHVH.
Mas agora que já entendemos que o nome do Pai é YAHUAH, abreviadamente YAH, conseguimos entender porque modificaram o nome do filho, de YAHshua para YEshua.
O nome do Pai, o tetragrama, foi dado a Moisés no tempo do Pelo-Hebraico, uma escrita rudimentar do hebraico antigo não-quadrático:
O que é incrível, é que quando o povo de Israel recebeu o nome de Deus, eles o santificaram tanto que quando mudaram a sua forma de escrita do Paleo-Hebraico para o Hebraico-Aramaico, eles mantinha o tetragrama em Paleo-Hebraico, mesmo no meio da escrita quadrática ou cursiva, como vemos nesse fragmento do mar morto:
A história completa da conspiração, que inclusive retratei no meu livro Yahuah Tzvaot vol.1, estou mostrando como tudo começou e se desenvolveu no exílio de Israel; mas é importante entendermos que essa conspiração chegou até o tempo do Messias, e continuou depois da ascensão aos céus.
A conspiração judaica não conseguia esconder e suprimir o Messias, suas doutrinas e seu nome, nem mesmo depois de sua ascensão aos céus, por causa do ministério gentílico dos apóstolos, o início da igreja, foi o que gerou perseguição da parte judaica para com os discípulos, foi quando surgiu o grande Paulo de Tarso perseguindo a igreja, mas décadas depois, a classe judaica, não conseguindo esconder o nome do Messias, eles foram removendo aos poucos a letra “he” do nome do Messias, e estimulando a pronúncia Yeshua.
Deixo claro que isso é uma especulação minha, e no meio da perseguição toda, onde a igreja foi obrigada a sucumbir ao caráter de seita de iniciação, as sutilezas da conspiração judaica passaram despercebidas, e logo depois, o nome errado (YESHUA) começou a ser traduzido para o grego e latim (Iesua-Iesus).
Por fim, deixo estabelecido aqui que o nome verdadeiro de Deus Pai é YAHUAH segundo o tetragrama sagrado יהוה, que significa “Eu Sou O Que Sou” (Y AH U AH); e o nome do Filho, o Messias, que foi crucificado em uma cruz, YAHSHUA segundo a inscrição hebraica יהשוע, que significa “Yah (Deus Pai) é a Salvação” (YAH SHUA). Tendo dito isso, recomendo muitíssimo o meu livro já citado para uma compreensão completa acerca deste assunto.